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sexta-feira, março 29, 2024
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Profilaxia Pós-Exposição ao HIV: O que é?

O Coronavírus está em focoatualmente, vírus novo que vem contaminando milhares de pessoas e rapidamente tornou-se uma pandemia, merece sim total preocupação e atenção.

Porém, mesmo hoje, não podemos deixar de levantar temas prevalentes em nossa sociedade cuja incidência ainda é alta.Voltando a falarsobre o HIV (Vírus da Imunodeficiência Adquirida) e com o intuito de quebrar os milhares de tabus, vamos falar um pouco sobre a Profilaxia Pós-exposição (PEP).

Digamos que por algum motivo você tenha entrado em contato com o vírus, por exemplo: transou sem camisinha com algum parceiro e, após os dois fazerem o teste, um descobriu que tem o vírus e ainda não estava em tratamento.

Ou então você é um profissional da saúde e acidentou-se com perfurocortante de um paciente cujo Teste Rápido (TR) pra HIV tenha sido positivoou desconhecido. E agora, o que fazer?

Profilaxia Pós-exposição (PEP) que está disponível no SUS desde 1999
É justamente aí que entra a Profilaxia Pós-exposição (PEP) que está disponível no SUS desde 1999. Apartir da exposição ao vírus pode ser lançadomão de medicações por um período de tempo (28 dias) que quando aderidas diminuem em até 90% a chance de infecção.

A PEP é composta por trêsmedicamentos (dolutegravir, lamivudinae tenofovir), tomadas uma vez ao dia por 28 dias, sem interrupção. Para ter acesso à medicação é preciso ter entrado em contato com o risco de infecção pelo vírus HIV e que este contato tenha ocorrido em até 72 horas, após esteperíodo detempo a literatura traz que a eficácia da medicação reduz muito.

Por esta razão, caso isso aconteça é necessário procurar o Serviço de Atendimento Especializado de sua cidade e relatar o ocorrido, será avaliado pelo profissional como, quando e com quem ocorreu a exposiçãopara se ter a certeza se está ou não indicada a PEP. Alguns exemplos de exposições com risco de infecção:

1-Percutânea – Exemplos: lesões causadas por agulhas ou outros instrumentos perfurantes e/ou cortantes;

2-Membranas mucosas – Exemplos: exposição sexual desprotegida; respingos em olhos, nariz e boca;

3-Cutâneas envolvendo pele não íntegra – Exemplos: presença de dermatites ou feridas abertas;

4-Mordeduras com presença de sangue – Nesses casos, os riscos devem ser avaliados tanto para a pessoa que sofreu a lesão quanto para aquela que a provocou.

Confirmado o risco é então realizado um TRpara HIVna pessoa exposta e, caso o TR seja não reagente é prescrita a PEP pelo médico. Por outro lado, sendo reagenteo teste, inicia-se o tratamento para HIV. Finalizados os 28 dias da medicação profilática.

(PEP), faz-se um novo TR e a partir de então, repete-se com seis meses e com 12meses.E no caso de já ter passado as 72 horas após a infecção, como proceder? Como já discutimos anteriormente, não há indicação daPEP, porém é feito um acompanhamento rigoroso deste paciente, com TR sucessivos.

Desta forma, a PEP entra na mandala de prevenção ao HIV, juntamente com os métodos de barreira (camisinhas), PrEP (profilaxia pré-exposição),dentre outros. Falar em HIV não deve mais ser um tabu. É discutindo e interando sobre o assunto que nós somos capazes de vencer o preconceitoque tanto mata aqueles que vivem com o vírus.

Rui Júnior é médico residente em pediatria pela UFMT.

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