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quinta-feira, março 28, 2024
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Definida lista tríplice para escolha de novo reitor da UFMT

Bruno Gonçalves | O Colégio Eleitoral Especial (CEE) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) elegeu, nesta terça-feira (11), os candidatos ao processo eleitoral que irão compor as listas tríplices destinadas à nomeação do reitor e vice-reitor da UFMT para o mandato de 2020/2024.

Evandro Aparecido Soares obteve 75 votos, Daniele Artuzi Pes Backes ficou com 12 votos e Alexandre Paulo Machado conseguiu apenas 3 votos do Colegiado. Já para o cargo de vice-reitor foram eleitos Rosaline Rocha Lunardi (71 votos), Sandra Negri (16 votos) e Elifas Gonçalves Junior (3 votos).

O Colégio Eleitoral Especial é constituído de todos os membros do Conselho Diretor (CD), do Conselho Universitário (Consuni) e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). A lista tríplice para nomeação do reitor e vice-reitor deve ser encaminhada ao Ministério da Educação (MEC) até 60 dias antes do término do atual mandato. Mesmo com Evandro Soares tendo a maioria dos votos, não significa que o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) irá escolhê-lo. Bolsonaro poderá referendar qualquer um dos três nomes.

A consulta para escolha da lista tríplice foi marcada por suspeita de fraude. A denúncia foi feita pela professora Danieli Artuzi, que encabeçou a chapa que ficou em segundo lugar. Ela alega falta de segurança e impossibilidade de auditoria no decorrer do processo.

A consulta, entre professores, alunos e funcionários, para escolha dos gestores para os próximos quatro anos, ocorreu no dia 24 de julho. O resultado foi divulgado no dia seguinte declarando vitória à chapa formada pelo professor Evandro Soares. Porém, o pleito foi alvo de polêmica e só foi referendado nesta terça-feira (11).

METODOLOGIA

A UFMT escolheu um sistema modificado pelo Instituto Federal de Santa Catarina, o Helios Voting. Ele é utilizado por diversas universidades do país como a USP e a UFSC. Segundo a professora Daniele Artuzi, no momento da computação dos votos o sistema apresentou uma falha no único voto contabilizado de forma pública.

A candidata descreve uma série de erros que, segundo ela, não geram credibilidade ao pleito. A professora afirma que a live da apuração foi excluída do canal da UFMT no Youtube e que durante a auditoria dos votos realizada ao vivo pela internet o sistema apresentou inconsistência. Segundo ela, o sistema utilizado pela UFMT não é confiável, tanto que, de acordo com ela, a Polícia Federal e o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE) não quiseram acompanhar o processo de votação por não poderem atestar a sua segurança.

O Portal RDM conversou com o perito Thyago Machado. Durante o processo ele atuou como fiscal representante da Chapa 2, encabeçada pela professora Daniele. Thyago diz que “o sistema usado pela UFMT permite que a mesma pessoa vote mais de uma vez, basta um login e senha”. Desde 29 de julho a UFMT negou todos os dez pedidos de impugnação da chapa.

Um dos pedidos de impugnação se referiu à transparência da consulta. Thyago afirma que “durante o fechamento do pleito, os fiscais não tiveram acessos”. O perito afirma que faltou transparência na apuração, pois somente o resultado foi entregue aos fiscais. Para Thyago, “o sistema aceita erros. O código fonte para verificação foi fragmentado, segundo ele. A UFMT não disponibilizou o código usado no dia da consulta, mas sim o do Instituto Federal de Santa Catarina. “ Thyago afirmou que “o Helios Volting permite auditoria, porém, a UFMT não está disponibilizando os dados, usando a Lei Geral de Proteção de Dados”.

NA JUSTIÇA

A Lei Geral de Proteção de Dados obriga a universidade a disponibilizar os dados, desde que o processo seja na instancia jurídica. Atualmente a Chapa 2 move uma ação administrativa. A Chapa analisa a possibilidade de entrar com um processo jurídico. O professor Evandro, vitorioso na consulta, em nota disse que “cabe as instâncias responsáveis pelo processo responder às demandas de qualquer candidato”.

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