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quinta-feira, março 28, 2024
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Contratação de mulheres em cargos de liderança cai e a diferença de gênero no mercado se acentua

De acordo com um levantamento global do LinkedIn, a maior rede social profissional do mundo, a igualdade de gênero ainda não é uma realidade para a maioria dos empregos de rápido crescimento, com muitos deles mostrando uma grave sub-representação de mulheres.

A plataforma identificou os 99 empregos que estão apresentando alta na demanda em 20 economias ao redor do mundo, incluindo o Brasil, para analisar a presença feminina nessas funções.  Os dados – publicados no Relatório Global de Gênero do Fórum Econômico Mundial em março deste ano – sugerem que os problemas de paridade de gênero vão piorar se não houver alguma ação efetiva.

Queda na contratação de mulheres para funções de liderança durante a pandemia

O levantamento também mostrou uma queda significativa de mulheres sendo contratadas para cargos de liderança desde a pandemia, levando ao regresso de 1 a 2 anos em vários setores.

Quatro áreas progrediram e expandiram a proporção de mulheres contratadas para cargos de gestão senior: software e serviços de TI, serviços financeiros, saúde e manufatura. No entanto, outras indústrias tiveram declínios notáveis, entre eles: recreação e viagens, varejo, educação e serviços profissionais.

Vale ressaltar que, em média, as mulheres em todo o mundo se candidataram a 11% menos empregos no ano passado em comparação com os homens. De acordo com elas, a falta de conexões certas (networking) para serem notadas pelos times de recrutamento é o maior obstáculo no processo de conseguir uma nova oportunidade. Aparecem ainda fatores como falta de experiência e habilidades, além de competitividade do mercado.

Diferenças de gênero mais evidentes em funções que requerem habilidades técnicas específicas.

Funções que têm crescido rapidamente apresentam alta na contratação de novos talentos, no entanto, a representação feminina ao redor do mundo quase não mudou desde 2018.

A participação atual de mulheres em Computação em Nuvem, por exemplo, é de 14,2%, uma melhoria de 0,2 pontos percentuais desde 2018; mulheres em funções de dados e Inteligência Artificial (IA) representam 32,4%, queda de 0,1 pontos percentuais desde fevereiro de 2018. Os dados também mostram uma maior disparidade de gênero em outras funções, como  Desenvolvedores Full Stack, engenheiros de dados e engenheiros de nuvem.

Disparidade de gênero no Brasil 

No ritmo relativo atual, a previsão publicada pelo Relatório Global de Gênero do Fórum Econômico Mundial (março/21) é de que o problema da disparidade de gênero só será resolvido em uma média de  52 anos na Europa Ocidental, 61 anos na América do Norte e quase 69 anos na região da América Latina e do Caribe. Em todas as outras regiões, a pesquisa aponta que levará mais de 100 anos para fechar essa lacuna. Somente na África Subsaariana são quase 122 anos e na Europa Oriental e Ásia Central, cerca de 134 anos. Passando dos 140 anos de resolução para a disparidade de gênero estão o Oriente Médio e Norte da África e, aos 165 anos, o Leste Asiático e o Pacífico. Por último, temos o Sul da Ásia chegando a quase 200 anos.

O Brasil está na 93ª posição deste ranking que considera 156 países. Hoje, 61,9% das mulheres e 80,1% dos homens compõem a força de trabalho, sendo que elas representam 39,4% dos cargos de gestão no país.

Algumas áreas estão mais avançadas do que outras. Ainda há poucas mulheres na política, por exemplo. Elas representam 15,2% do total de parlamentares e apenas 10,5% dos ministros do Brasil. Por outro lado, na área de saúde, a paridade de gênero foi alcançada em quase todos os níveis de ensino (98%).

Oportunidades para mudar essa realidade

De acordo com Ana Claudia Plihal, Executiva de Soluções de Talentos do LinkedIn, neste momento que os governos e empresas planejam os próximos passos para o pós-pandemia, a igualdade de gênero precisa ser considerada nas abordagens de recuperação econômica. “Neste caso, estamos falando de garantir que as culturas e estruturas de negócios adotem práticas com foco na diversidade e que as organizações examinem como incorporar a equidade na busca e seleção de talentos; criando processos mais igualitários para a experiência, recompensa e desenvolvimento dos funcionários”, afirma.

Dentre as iniciativas que podem ser adotadas, estão:

  • Implementação de políticas para permitir maior flexibilidade no trabalho – para garantir que as mulheres não tenham que escolher entre a família e a carreira, oportunidades de trabalho mais flexíveis são essenciais. Dados do LinkedIn revelam que as mulheres têm 26% mais chances de se candidatar a empregos remotos do que os homens.
  • Consideração cuidadosa da linguagem dos anúncios de emprego e da marca empregadora – As palavras que as empresas usam para descrever tudo – desde descrições de cargos até a cultura da empresa – influenciam sua capacidade de atrair uma força de trabalho equilibrada por gênero. Uma pesquisa do LinkedIn mostrou que 44% das mulheres se sentiriam desencorajadas a se candidatar a uma função se a palavra “agressiva” fosse incluída no anúncio. Para incentivar mais mulheres a aplicarem para os cargos, as empresas devem estar cientes da linguagem masculina codificada e, em vez disso, usar uma linguagem aberta e inclusiva, como ‘de apoio’ e ‘colaborativa’.

Em março de 2021, em apoio ao Dia das Mulheres, o LinkedIn lançou duas pesquisas exclusivas sobre o cenário de contratação e do mercado de trabalho para as mulheres. Para conferir mais detalhes, acesse este link.

Assessoria de Imprensa

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