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quinta-feira, março 28, 2024
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Comandante culpa raios por incêndios no Pantanal; climatologista discorda

Por Allan Mesquita, Gazeta Digital

Comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, Alessandro Borges, culpou as descargas elétricas causadas por raios pelos incêndios florestais que atingem os parques e o pantanal mato-grossense. Posicionamento, no entanto, é contestado por climatologistas.

De acordo com Instituto Centro de Vida (ICV), 900 mil hectares já foram atingidos pelo fogo em todo o Pantanal, o equivalente a 6% do bioma. O Estado decretou emergência e tenta amenizar a situação, mediante críticas de autoridades por conta a demora nas ações.

“Nesse caso específico foi uma questão da natureza. Nós tivemos descargas elétricas naquela região, onde teve início de uma propriedade privada, próximo do Parque Encontro das Águas. Também tivemos raios no Parque Nacional do Pantanal e na reserva do Dorochê, que é de responsabilidade do governo Federal. No Pantanal, próximo do Jofre, foram por descargas elétricas. Nós estamos aprofundando nossas análises, mas tudo indica que foi isso que aconteceu”, disse à rádio Capital nesta quinta-feira (16).

De acordo com o ICV, no Parque Estadual Encontro das Águas, unidade de maior conservação de onças-pintadas, mais de 36 mil hectares foram afetados, aproximadamente 33% da área total. Em outro incêndio, no Parque Nacional do Pantanal mato-grossense, o fogo já consumiu 38 mil hectares. Na vizinha Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Estância Dorochê, são mais 18 mil hectares queimados, equivalente a 68% da área.

O Boletim de Risco de Incêndio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) detectou 2.036 focos de calor no Pantanal de Mato Grosso, na última quinta. Desse total, os municípios com mais focos são Poconé, com 1.498, Barão de Melgaço, com 361, e Cáceres com 73.

Segundo o comandante, outra parte dos incêndios é causada de forma proposital. “A grande maioria dos incêndios que ocorrem em Mato Grosso são propositais, são colocados, mas também há os acidenteis e naturais. É uma mistura de tudo um pouco”, disse.

Em entrevista ao Gazeta Digital, climatologista da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rodrigo Marques, disse que o Estado tem dificuldades “em admitir que o uso de queimada é o principal método de limpeza de áreas utilizadas para fins agropecuários” e também não reconhece a falta de controle em relação aos incêndios criminosos.

“Infelizmente no Estado de Mato Grosso há imensa dificuldade em admitir que o uso de queimada é o principal método de limpeza de áreas que são utilizadas para fins agropecuários. O Estado de Mato Grosso costuma culpar tudo, só não consegue reconhecer isso”, disse.

 

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