Jean Gusmão
Foi dado início aos três dias da 7ª edição da celebração ao Senhor Bom Jesus de Cuiabá, padroeiro da capital de Mato Grosso. A festividade, já tradicional na cidade, será realizada entre dias 06 e 08 de abril, em comemoração ao aniversário de 305 anos de Cuiabá. Uma extensa programação está prevista para atender aos fiéis e à população em geral, incluindo Missa na Catedral Metropolitana de Cuiabá, culto ecumênico, cavalgada, encontro de carros antigos, pedal, romaria fluvial e caminhada da fé com o Senhor Bom Jesus de Cuiabá.
Com a programação sendo discutida desde o ano passado pelos organizadores, coordenadores e voluntários do evento, resolveram realizar as festividades da Arquidiocese, nosso Senhor do Bom Jesus, na mesma data em que Cuiabá comemora seus 305 anos, aproveitando que o Senhor Bom Jesus é o padroeiro.
Para o Arcebispo de Cuiabá, Dom Mário Antônio da Silva, a 7ª festa do Bom Jesus será um evento que já vem de muitos anos, tendo a celebração da fé e da esperança para toda a população. Ele faz lembrar que é uma história contada há mais de trezentos anos, de devoção e expressão religiosa.
“Olha, a festividade aqui do aniversário de Cuiabá por sete anos. Se celebra aqui também com os festejos em louvor ao Senhor Bom Jesus, o padroeiro da nossa cidade. Uma história que já vem sendo contada com muito brilho há mais de 300 anos. Então, vale a pena celebrar com a presença e a devoção ao Senhor Bom Jesus, bem como também as expressões religiosas aqui em Cuiabá e na nossa região, a proteção do Bom Jesus e para que todos os cidadãos cuiabanos, todas as famílias nossa com unidades e também organizações eclesiais e sociais possam corresponder àquilo que Jesus deseja e que todos sejam capazes de amar, servir e fazer o bem sempre”, pontua Dom Mario.
Já o padre Felisberto Samuel está à frente da organização do evento desde 2018 e tem trabalhado muito para promover o nome do verdadeiro padroeiro de Cuiabá, o Bom Jesus. Com todo esse tempo à frente, o padre lembra das dificuldades no início para organizar a festa e sempre contou com o apoio da população, seja de forma direta ou indireta.
“Eu estou à frente desde 2018, já vão ser sete anos de celebração. Nós começamos de forma bem discreta, sem muita expectativa, mas olha, estamos crescendo a cada dia que passa. A organização, a participação da comunidade e a equipe estão melhorando a cada dia. O apoio político, dos empresários e dos voluntários, que contribuem com um pouquinho de arroz, de feijão, para fazer os almoços e as jantas, tem sido fundamental. Muita gente tem contribuído para isso e, basicamente, neste ano está ainda melhor.” PONTUA
Felisberto aponta que estar à frente desse trabalho voltado para a igreja é muito prazeroso e satisfatório, fazer uma ação em prol de Jesus Cristo e do Padroeiro da cidade, apesar de ser um pouco cansativo. No entanto, ele tem se preocupado com quem será o seu sucessor, que poderá assumir o seu lugar na coordenação para a realização da festividade de celebração ao santo Bom Jesus de Cuiabá.
“Estou cansado, mas é dignificante, pois tantos outros poderiam estar no meu lugar e acabaram me escolhendo para ser o mentor e orientador desse evento na cidade. Por ser cuiabano, ter o curso de História e ser o primeiro padre nascido e criado em Cuiabá, e por ter trabalhado aqui, isso me dá satisfação e vontade de querer cada vez mais. É verdade que eu preciso de um ajudante comigo, porque na hora que eu sair, não sei quem ficará. Temos chamado, mas ninguém mostrou interesse em caminhar conosco. Mas para mim, essa responsabilidade é prazerosa.”
O padre acrescenta que este ano está com uma expectativa muito positiva, principalmente na Caminhada da Fé que será celebrada no dia 08, esperando reunir muitos fiéis na caminhada. Mas faz um apelo para que a população venha participar desse momento crucial na capital.
“A expectativa é que no dia 08, na Caminhada da Fé, haja muitas pessoas que dizem professar a fé em Jesus Cristo, mas que não venham acompanhar o padroeiro da cidade, do estado e da igreja. Não adianta você dizer que acredita em Deus e em Jesus Cristo, mas se não tem essa participação no momento crucial que ele foi quem deu o nome a esta terra de Mato Grosso, deu nome a esta cidade, ao rio que nós temos e também a esta igreja, da qual ele é o padroeiro da Arquidiocese de Cuiabá”.
A Selma Regina, que trabalha há 4 anos como voluntária fazendo parte da equipe financeira da Arquidiocese, falou sobre como esse trabalho é uma expressão de gratidão ao ser divino.
“É gratificante, nós fazemos isso com honra a Ele mesmo, porque Jesus é o nosso maior. Então, a gente faz esse trabalho voluntário trabalhando com o coração mesmo, e todos nós trabalhamos com o coração para Ele. E seguindo Jesus, você consegue as graças; às vezes, em algum momento difícil que você está passando em sua vida, entrega pra Ele. Não importa se por Senhor Bom Jesus ou qualquer denominação, Ele é um ser maior. Entrega nas mãos dele que ele com certeza vai abençoar e fazer o que você precisa para dar a sua graça”, pontua Selma.
Uma das programações na festividade do Bom Jesus de Cuiabá é a famosa cavalgada Rota do Ouro, que está sendo organizada por Dorival Rigotti, vice-presidente da Central de Comitivas. Ele falou um pouco da história e de como estão se preparando para o evento.
“A cavalgada Rota do Ouro foi criada no ano de 2019 pela Associação Central de Comitivas de Mato Grosso, em referência ao trajeto que os bandeirantes fizeram em 1719. Mas em 2020, a Mitra Arquidiocesana contemplou a cavalgada junto ao evento, já que estava criando esse segmento de fazer a cultura girar, agregando a cultura e a tradição da cavalgada, e trazendo para o meio religioso o Bom Jesus de Cuiabá, que seria cavalgado junto com o Bom Jesus de Cuiabá e se tornou um grande evento que estamos vendo hoje”, conta Dorival.
O evento conta com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e da Prefeitura de Cuiabá.