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sexta-feira, março 29, 2024
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Astrazeneca produzida na Índia pode frustrar planos de viagem

O fotógrafo Izan Petterle, de 64 anos, planejava viajar para Itália nos próximos meses, após receber a segunda dose da vacina Astrazeneca contra a Covid-19. No entanto, quando abriu o aplicativo do SUS para imprimir o certificado digital da imunização, descobriu que havia sido vacinado com a Covishield, que tem a mesma fórmula.

A Covishield é fabricada na Índia, pelo Instituto Sérum, e foi importada para o Brasil por meio do Covax, consórcio global de compartilhamento de vacinas contra a doença. A única diferença entre a Covishield e a Astrazeneca é que a primeira ainda não dá direito de entrada na Europa às pessoas que a tomaram.

A Astrazeneca foi desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford e no Brasil é produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Brasileiros vacinados com doses da indiana Covishield podem ter os planos frustrados ao menos até uma atualização da agência regulatória europeia.

Ao MidiaNews, Izan conta que a confusão aconteceu por conta da troca de nomenclaturas usadas pelos aplicadores em Chapada dos Guimarães (a 64 km de Cuiabá), onde ele foi vacinado.

No dia da vacinação, ele foi informado de que estava recebendo uma dose da Astrazeneca. Por conta disso, continuou com os planos de viajar para a Itália.

Izan possui cidadania italiana e pretendia visitar a Europa após ser vacinado.

Não existe nenhum questionamento a respeito da eficácia dela, existe só a respeito da homologação e da autorização dela na Europa

“Eles [os países europeus] vão começar a exigir o passaporte sanitário e a Covishield não está apta. A não ser em alguns países que, individualmente, estão começando a aceitar, como a França, por exemplo. É uma lista que muda todos os dias”.

O fotógrafo ressalta que a mesma situação se repete em outros países que estão aplicando a Covishield, como o Canadá.

Para Izan, o uso da vacina feita em laboratório indiado deveria ser informado no ato da vacinação. Ele acredita que tal medida não aumentaria os casos de pessoas que escolhem qual vacina querem tomar.

“Acho que nenhum de nós teria escolhido. Estava ‘louco’ para vacinar. Sendo que a vacina [Covishield], até onde pesquisei, é tão boa quanto todas as vacinas Astrazenecas do planeta. Não existe nenhum questionamento a respeito da eficácia dela, existe só a respeito da homologação e da autorização dela na Europa”.

Izan foi até a Secretaria de Saúde de Chapada dos Guimarães para entender a situação. Ele questionou por que os aplicadores marcaram Astrazeneca no cartão em vez de Covishield.

“Pedi para ver no sistema qual vacina tinha tomado. Estava lá Covishield. Perguntei o porquê de terem escrito Astrazeneca no cartão. Eles não sabiam desse detalhe, que ela é feita na India e que ainda não está regulamentada pela agência européia de medicamentos”.

Para o fotógrafo, o sentimento de ter descoberto que recebeu uma vacina que não permite a viagem para a Europa é “paradoxal”.

“É obvio que fiquei decepcionado, mas estou vacinado, a vacina é boa. Fiz o teste de anticorpos e deu 93% de imunidade. Mesmo que soubesse que era Covishiel teria tomado”.

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde informou que a única diferença entre as vacinas é o laboratório de produção e que elas não possuem incompatibilidade.

Ou seja, uma pessoa vacinada com a Covishield pode receber a Astrazeneca para completar o ciclo de imunização.

O Brasil recebeu 4 milhões de doses da vacina produzida na Índia em janeiro.

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