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quarta-feira, abril 24, 2024
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Busca por cirurgias bariátricas crescem no Brasil durante a pandemia

Por: Mailson Prado

Para um leigo, ao falar de cirurgia bariátrica a resposta é basicamente a mesma; ‘’operação do estômago’’, fala sucinta de fato. Mas a verdade é que, a gastroplastia, também chamada de cirurgia bariátrica abrange um campo muito maior na vida do paciente. Um dos fatores que levam ao procedimento são os efeitos da obesidade.

Imagem: Doutor Felipe Mota

Durante a pandemia descobrimos que algumas comorbidades agravam os sintomas da Covid-19, neste caso o excesso de peso e suas consequências. Para o médico Felipe Mota, algumas questões com relação a concepção do procedimento, indicações e contra indicações, devem ser levadas em consideração, bem como o perfil do público e a rotina de cada paciente.

Segundo o médico, no ano passado foram observadas duas vias de crescimento na busca pela cirurgia, sendo elas os seguintes grupos: o primeiro é formado por pessoas obesas, que devido à pandemia ficou mais temeroso com a COVID, a obesidade acarreta comorbidades, um dos grandes fatores de risco para as complicações com a doença; já o segundo grupo é formado por pessoas que tiveram um ganho de peso considerável por conta da pandemia. Onde os especialistas observaram um número crescente de ‘’novos obesos’’ e candidatos à cirurgia bariátrica.

Os últimos dados apresentados pelo Ministério da Saúde reafirmam que a procura pela cirurgia bariátrica aumentou em 2020, e continua aumentando. As informações são ainda mais alarmantes no que diz respeito a sobrepeso e obesidade da população nacional. Cerca de 55% da população hoje está com IMC acima de 25%, isso signica sobrepeso. Já outros 20% com o IMC acima de 30, ou seja, 20% da população obesa. “A obesidade é multifatorial e suas causas podem estar relacionadas a aspectos genéticos, ambientais e emocionais, que atuam muitas vezes de forma simultânea”, explica o cirurgião.

A bariátrica é um procedimento que envolve muito estudo, muito cuidado e atenção, pois tem o mesmo risco que qualquer outra cirurgia. Felipe conta que, antes de todo o processo o paciente passa por uma análise onde são observados vários fatores, “nós avaliamos o Índice de Massa Corporal (IMC), idade, doenças associadas e o tempo de cada uma delas. Sobre o IMC, fazemos uma conta para classificar o paciente e o grau de obesidade”.

De acordo com o médico a conta para encontrar o IMC é básica, “nós calculamos o peso sobre altura ao quadrado, o resultado é uma prévia do grau que o paciente está classificado, a partir daí classificamos se é cirúrgico ou não”, esclareceu.

Mas atenção, os casos nem sempre são cirúrgicos. “Quando o paciente não atinge o índice de 40, por exemplo, e o IMC é calculado entre 30 e 35, na presença de diabetes tipo 2, classificada como uma doença grave, o protocolo é o encaminhamento para tratamento endócrino, para tratar dos sintomas hormonais e metabólicos”, revela.

Com relação à idade do paciente e a realização do procedimento é bem ampla. São pacientes de 18 a 65 anos, “os menores de 18 anos é necessário uma conscientização da família ou do responsável para autorizar a cirurgia. Acima de 65 anos é preciso uma avaliação individual pela equipe multidisciplinar, que trabalha junto do cirurgião, nutricionista, psicólogo e endocrinologista que atuam para avaliar a situação”, salienta Felipe Mota.

Cuidados no pré e pós-operatório

O começo, meio e o fim, em importante em tudo na vida, seja o que for. Para quem se submete a procedimentos cirúrgicos bariátricos é preciso seguir a risca todos os protocolos.

“Na fase do pré-operatório, o cirurgião recomenda que o paciente se esforce para perder um pouco de peso, os quilos perdidos vão ajudar numa melhor condição da anestesia e da cirurgia, já no pós-operatório o esforço tem que ser ainda maior, o sucesso depende muito da contribuição do paciente”, avalia o médico.

É preciso ter convicção dos passos que serão dados dia após dia, “alguns fatores são muito importante, é preciso disciplina e reeducação alimentar. Para a progressão da cirurgia é fundamental que o paciente siga a alimentação administrada pelo nutricionista, junto da utilização correta dos medicamentos prescritos pelo cirurgião”, pontua Felipe.

Outro ponto muito importante são os retornos médicos, como afirma o doutor Felipe. ‘’É muito importante o paciente ter esse retorno, se comprometer ao retorno ambulatorial para o acompanhamento presencial’’, diz o cirurgião.

Depois de toda essa jornada é aconselhável adotar uma vida saudável, com a prática de exercícios, “o fato de fazer a redução de estômago, não quer dizer que o paciente está livre de ganhar peso, por isso recomendamos, cuide do corpo e da mente, esses dois últimos são fundamentais para a conquista por completo”, motiva Dr. Felipe.

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