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sexta-feira, abril 26, 2024
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Delator relata caixa 2 de Wilson e esquema com banco em 2008

O ex-secretário de Estado de Educação Permínio Pinto relatou a suposta prática de caixa 2 na campanha do deputado estadual Wilson Santos (PSDB) para prefeito de Cuiabá em 2008.

A revelação consta em acordo de colaboração premiada firmada entre Permínio e a Procuradoria Geral da República em maio de 2017.

Permínio fez delação para reduzir sua pena na Operação Rêmora, que apura um esquema de desvios de recursos na Secretaria de Educação no Governo Pedro Taques.

À época dos fatos, Wilson Santos tentava a reeleição e venceu o atual governador Mauro Mendes (DEM) no segundo turno.

Permínio, à época vereador, afirmou que desistiu de tentar uma reeleição e decidiu ajudar o tucano coordenando a sua campanha “em razão de compromissos partidários”.

Nessa campanha, segundo o delator, Wilson pediu que ele atuasse em várias frentes, entre elas a área politica, área de mobilização, infraestrutura e até financeira.

“No que atine ao setor financeiro da campanha, as receitas do mesmo tiveram origem, em síntese, em três eixos: as receitas oficiais de campanha, as receitas não contabilizadas e as receitas após o término das eleições (restos a pagar)”, revelou Permínio.

O montante referente aos “restos a pagar” ficou definido que Permínio era quem iria “junto a diversas empresas de Cuiabá” conseguir o recurso. Dentre elas, estavam “prestadoras de serviços do Município”.

Para isso, chegaram a tomar empréstimos com o Bic Banco – instituição que teve dirigentes já denunciados no âmbito da Operação Ararath.

“Essas empresas acabaram também por contribuir com o pagamento de despesas não contabilizadas. Após o período eleitoral, ocasião em que as mesmas tomavam empréstimos junto ao BICBANCO que, por sua vez, recebia um aval da Prefeitura de Cuiabá informando créditos que as empresas tinham a receber do Município”, disse Permínio em delação.

“Posteriormente, quando referidas empresas recebiam valores da Prefeitura, oriundos de seus contratos em vigência, as mesmas realizavam a quitação do empréstimo tomado junto ao Bic Banco”, completou.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal, em um processo na 51ª Zona Eleitoral de Cuiabá.

Relação de empresas

No acordo de delação, Perminio anexou uma folha A 4 com informações impressas e rasuras a mão detalhando as empresas e pessoas que fizeram doação para campanha e que “o valor foi praticamente atingido”. Ao todo, segundo a planilha, somam R$ 10 milhões. A planilha, no entanto, não distingue o que é recurso oficial e o que é caixa 2.

Restos a pagar

Segundo Perminio, ficaram também restos a pagar no pós-eleição que deveriam ser quitados pelas seguintes empresas:

– Construtora Nhambiquara R$ 1.419.500,00

– Constil R$ 250 mil

– Encomind, 3 irmãos (consórcio que prestava serviço para a Prefeitura de Cuiabá) R$ 174 mil

– Construtora Conspavi  R$ 500 mil

Estas empresas, segundo Permínio, “se comprometeram a contribuir com o pagamento de despesas não contabilizadas após o período eleitoral e tomaram empréstimos junto ao Bic Banco”.

Outro lado

Em nota, Wilson Santos negou as acusações. Veja abaixo:

O deputado estadual Wilson Santos (PSDB) informa que pauta sua carreira política pela lisura, transparência e legalidade dos seus atos, declarando todas as despesas de campanha oficialmente à Justiça Eleitoral.

A maior prova disso é que jamais houve qualquer denúncia oferecida pelo Ministério Público Eleitoral por despesas irregulares.

Todas as contas de campanha foram devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral sem qualquer ressalva.

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