Em tese, estas deveriam ser as prerrogativas constitucionais; porém na prática a coisa muda um pouco de figura, pois no próprio Poder Legislativo, existe a figura de líder do Governo, aquele parlamentar que dispõe de um canal direto com o Palácio Paiaguás.
O imbróglio teve início, quando o deputado estadual Wlysses Moraes, fazendo uso da palavra na tribuna, comentou o Projeto de Lei complementar 37/2020; vou descore-lo de forma sucinta, pautando mais em trecho da fala do parlamentar que diz “A referida PL trás aumentos e criações de verbas, justamente esta emenda que o senhor citou que foi rejeitada na CCJ, emenda esta, do deputado Silvio Favero, suprimindo o parágrafo 7, do Art. 4, da lei complementar, em que os membros da junta de julgamento de recursos do (CONSEMA), receberão jetom correspondente a 10% do DGA-9, conforme o cargo em comissão do poder executivo, por cada processo analisado e protocolado no prazo regimental”
O deputado Elizeu Nascimento, em sua fala preferiu não discorrer sobre as implicações e proposições, da PL em questão, uma vez que, o seu colega anteriormente já havia explanado exaustivamente sobre o tema; até porque se o fizesse, estaria chovendo no molhado.
Ele preferiu já entrar nas considerações finais, rasgando o verbo e mostrando descontentamento, ao diz “A cada dia me sinto mais envergonhado com a postura da CCJ, comandada pelo líder do governo Dilmar Dal Bosco. O deputado Dilmar infelizmente leva para o lado do governo. É vergonhoso é desrespeitoso. Eu me sinto envergonhado em ser deputado hoje, em estar ao lado de parlamentares que estão dentro da CCJ a serviço do Governo do Estado”.
O presidente da CCJ, em sua fala, faz ataques pontuais, ao deputado Elizeu Nascimento dizendo “A crítica teria sido motivada por ciúmes, e inveja que tem de mim. A inveja é uma doença, o ciúme faz mal, e ciúme de homem é pior ainda, é a pior coisa que existe na vida”.
Obviamente, a réplica por parte do deputado Elizeu Nascimento, não seria tênue, ele lembra “Na delação do ex-deputado estadual José Geraldo Riva ao Ministério Público Estadual (MPE), que acabou sendo vazado, que apontou Dilmar Dal Bosco como um dos parlamentares que teriam recebido propina mensalmente”, o mesmo desabafa.
Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo