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sexta-feira, abril 19, 2024
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O futuro é convergente

Na semana em que a Fiemt completa 45 anos, é inevitável pensarmos em como o mundo, a indústria e a visão de futuro mudaram ao longo das últimas quatro décadas.

Nos anos 1970, a economia era compartimentalizada em setores inconfundíveis: agricultura, indústria, comércio e serviços, setor público. Cada qual com sua agenda, esses setores eram impulsionados por estratégias específicas, e o crescimento do PIB de determinada região se determinava pela simples soma dessas frações.

Termos como o tão ouvido “industrialização” traziam consigo o conceito de que era possível ativar um setor sem que isso necessariamente provocasse um efeito indutor nos demais.

Em 2020, a estanqueidade econômica entre os setores desapareceu. Saímos da solidez para a fluidez: no mundo líquido, no qual a economia se molda permanentemente a novos tempos e a novas necessidades, o crescimento ou redução de um setor fatalmente leva à reorganização de outros setores e cadeias econômicas, com interdependência muito maior do que se poderia imaginar há algumas décadas.

Assim, enquanto nos anos 1970 se pensava que a promoção da industrialização dependia fortemente de fatores físicos (mão de obra preparada, áreas adequadas, estradas e fontes de energia disponíveis) hoje temos a certeza de que a vantagem competitiva vai além: são necessárias estratégias vencedoras, que ofereçam ao empreendedor um conjunto de fatores adequados às suas necessidades mercadológicas.

Hoje, com o mundo cada vez mais exigente em termos de qualidade e custo, em muitos casos o maior fator para o sucesso ou até a sobrevivência de um negócio é a interação entre fornecedores e clientes. É o caso de indústrias que se desenvolvem com novas tecnologias oriundas de outros países.

Fiemt também estará lá, pronta para qualquer desafio que os próximos 45 anos apresentem
Ou de uma indústria que possui produto excelente e distribuição com preços competitivos, mas sucumbe pela falta de uma rede de assistência competente.

A descoberta de um único fornecedor que descumpra a legislação ambiental ou cujo trabalho não esteja em conformidade com os conceitos de sustentabilidade, ética e legalidade pode fechar as portas de clientes em poucas horas, mesmo para grandes empresas. A preocupação com o processo e com a cadeia de fornecedores e distribuidores já é tão importante quanto o produto em si.

Em Mato Grosso, esse encadeamento fica muito claro quando se observa a agroindustrialização. Nossas riquezas naturais e produtos primários viabilizam cadeias complexas, como as de biocombustíveis, carnes, proteínas vegetais comestíveis, produtos de madeira e energias renováveis.

Nossa indústria cresce e se desenvolve em simbiose com as vocações produtivas mais evidentes, beneficiando também o setor de comércio e serviços e o próprio setor público. A prosperidade é rateada entre os segmentos, e a soma das partes é menor que o grande efeito sinérgico que um setor provoca nos demais.

O agro mato-grossense não seria multicampeão de tudo sem a melhor tecnologia industrial mundial a seu serviço, em equipamentos que são como indústrias sobre rodas em cada lavoura.

E os melhores equipamentos industriais do mundo não teriam aqui o mesmo desempenho sem que o setor comercial oferecesse os insumos e peças necessários ao seu funcionamento, nem serviços que garantissem o padrão da manutenção. Por tudo isso, a Fiemt ampliou e vem ampliando ainda mais o olhar para o agro, o comércio exterior e os competidores globais, porque o mundo exige isso das nossas indústrias.

A evolução nos leva a um mundo mais convergente, interligado e em simbiose. Dos primórdios da indústria de Mato Grosso ao que há de mais moderno, da mineração dos Bandeirantes à mais tecnológica extração de zinco; da energia da usina Itaicy às modernas plantas de biodiesel e etanol de milho; do extrativismo vegetal aos atuais projetos de manejo sustentável; apenas uma certeza temos e continuaremos tendo: a indústria estará lá, sempre protagonista e sempre determinante para o sucesso de Mato Grosso e de todos os setores econômicos. E a Fiemt também estará lá, pronta para qualquer desafio que os próximos 45 anos apresentem.

Gustavo de Oliveira é presidente do Sistema Fiemt.

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