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sexta-feira, abril 19, 2024
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O caminho da leitura em Cuiabá

Recentemente, li uma notícia que contava uma bela história sobre uma cidade Colombiana. Uma história de transformação. A cidade mudou a realidade da sua periferia com uma ação relativamente simples. Implementou uma rede de bibliotecas nas suas regiões mais pobres.

Pesquisando, confirmei ser verdadeira a notícia. A cidade recebeu vários prêmios pela iniciativa. Uma rede de bibliotecas!

Aqui com meus botões, me peguei a pensar que Cuiabá tem uma biblioteca na praça Alencastro. Pequena e, aparentemente, sem contar com qualquer atrativo.

“Escondida” na área central da cidade, de difícil acesso em razão do trânsito cotidiano no local e, por óbvio, com pouca presença dos Cuiabano(a)s.

Não poderia ser mais límpido o imaginar de como seria transformador o fato de que todos os bairros periféricos da capital pudessem contar com uma biblioteca, dotada de acesso à internet e de um acervo de livros nas mais diversas áreas do conhecimento, cultura e arte. Pinturas de Adir Sodré e poesias de Manoel de Barros. Um local agradável e de fácil acesso para a população.

Alguns, como o ministro da Fazenda Paulo Guedes, poderão dizer que livro é coisa de rico. Ler é para a elite, disse ele, como um verdadeiro ceifador do conhecimento e da cultura. Não!

Para essas pessoas, eu digo: Machado de Assis!

O maior escritor brasileiro, Joaquim Maria Machado de Assis, negro, nascido no morro do Livramento, Rio de Janeiro. De família pobre. Estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Um brasileiro que, contra tudo e todos, escreveu, lutou e ajudou a formar a identidade do povo brasileiro.

A transformação pela leitura.

A notícia da cidade colombiana trouxe-me à mente Machado de Assis e uma esperança de que Cuiabá possa dispor de política pública tão impactante como essa de povoar seus bairros com áreas de leitura e bibliotecas.

– E tenho a firme convicção de que isso é possível!

A resposta à equação está na inversão da prioridade administrativa do município em suas políticas públicas, orçamento participativo e participação da sociedade civil cuiabana nas esferas de decisão governamental. A vida da cidade deve ser inteligente e integradora, com respeito às diversidades de cada bairro.

Em tempo, a cidade colombiana inspiradora deste texto é Medelín.

Julier Sebastião da Silva é advogado e ex-juiz federal

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