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quarta-feira, abril 17, 2024
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Economia e política

Chama a atenção os manifestos de grupos diferentes do grande capital a favor de democracia, diálogo entre poderes e contra qualquer ato golpista. Manifestos da Febraban, de empresários da indústria e também do agro, principalmente o lado mais exportador e da agroindústria.

Não há apoio do chamado PIB nacional a ato maior contra o processo democrático ou, em linguagem mais direta, apoio a golpe de estado. Em 1964 foi o contrário: a quase totalidade do grande negócio se colocou ao lado do golpe e da derrubada do governo Goulart. Hoje não é bem assim.

O governo Bolsonaro perder a maior parte desse apoio é eleitoralmente ruim. Não se fala aqui em perder apoio para golpe, mas para a eleição do ano que vem será um desfalque muito forte.

O PIB nacional quer ganhar mais dinheiro e, como se mostra o momento politico, surgem atrapalhos para a economia. Tanta trepidação politica, cria um clima de incerteza e, por consequência, atrapalha investimentos e ganhos futuros.

Representantes desse PIB também reclamam que não foram cumpridas muitas das promessas de campanha. Acreditavam que viriam as privatizações. Falava-se que, com exceção do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras, todo o restante seria privatizado.

Não há apoio do chamado PIB nacional a ato maior contra o processo democrático

Paulo Guedes falou em arrecadar com isso acima de um trilhão de reais. Não andou e se culpou por um tempo o Rodrigo Maia, presidente da Câmara. Saiu e entrou um aliado do governo, Arthur Lira, e a coisa não deslanchou.

Se acreditava que Paulo Guedes seria uma garantia para o grande negócio. Seu PhD pela Faculdade de Economia da Universidade de Chicago, a mais liberal no mundo, sinalizava isso. Não foi bem assim com o Guedes no comando da economia.

Também se imaginou que se daria ênfase maior às reformas Administrativa e Tributária. Não andam como deveriam andar. A Administrativa, muitos acreditam, não viria agora com receio do governo do descontentamento dos funcionários tendo em vista a eleição do ano que vem.

Veio, e foi muito aplaudido, a independência do Banco Central. Mas o restante das promessas ainda não foram concretizadas.

Acreditavam ainda que poderia haver uma abertura maior da economia para o exterior. Parte do PIB não gosta muito disso, preferem ter um mercado interno cativo e fugir da competição externa. Mas tem outra parte do PIB que quer mesmo essa abertura.

Se tem em andamento, como exemplo, um acordo de livre comércio entre os EUA e o Brasil. Se acreditava que com o Bolsonaro isso andaria. Até agora nada ainda. Tem outro acordo comercial em estudos entre a União Europeia e o Mercosul. Lugar que o Brasil é o líder maior. Também empacou.

Frente a fatos como esses e também a constante intranquilidade politica do momento, principalmente as falas e arroubos do presidente, é que a maior parte do PIB nacional desembarcou do governo Bolsonaro.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.

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