LAURO DA MATA
Cuiabá humanizada
Necessário é que se reconheçam os esforços (com constatadas melhorias) relativos aos cuidados com muitas das praças e áreas públicas realizados pela administração municipal até agora. Por outro lado tem-se que o momento é ideal para que se dê um salto quanto a outros cuidados com a cidade.
Não apenas quanto ao embelezamento, mas, sobretudo quanto às responsabilidades de cada morador – inquilino que seja, de cada proprietário, especialmente no que diz respeito às melhorias na acessibilidade com comodidade e segurança, garantias legais presentes nas normas federais, estaduais e principalmente municipais. Como também com avanços com relação ao ordenamento e educação no trânsito (passarela e oportunas adequações viárias), até mesmo com as medidas amargas sempre necessárias, principalmente aquelas que fazem doer no bolso.
Quanto às normas municipais talvez seja o caso dos vereadores se debruçarem para bem avaliar o que existe e o que precisa ser melhorado. Sempre há no que avançar.
Quanto às normas municipais talvez seja o caso dos vereadores se debruçarem para bem avaliar o que existe e o que precisa ser melhorado
O primeiro tema da responsabilidade de quem aqui é proprietário (ou mesmo o inquilino) é o cuidado que cada um deve ter com suas calçadas e muros. Não é necessário nem mesmo ir aos bairros (não que não mereçam a devida atenção). Na região central já nos deparamos (já topamos literalmente) com o desleixo e o descaso dos donos de imóveis, não construídos ou edificados, estes com moradores.
É de se imaginar que o detentor de um patrimônio imobiliário de algumas dezenas de milhares de reais ou até de milhões tenha pelo mesmo algum apreço. Então por que não exigir que o mesmo não se dedique a do mesmo cuidar?
A lei não permite que o dono de veículo saia circulando por ai sem os para-choques ou faróis porque isso significa segurança para o condutor e para terceiros. Se insistir na conduta sofrerá as consequências legais.
Por que um dono de terreno pode ser desleixado com sua calçada e muros?
Tente fazer uma caminhada na região central de Cuiabá e não se dê a grande esmero pra ver se não terminará numa clínica ortopédica ou no PSM. Aqui não se fala nem dos cadeirantes e outras situações de mobilidade reduzida. E a estética da cidade? Se meus bens imobiliários valem um razoável preço será apenas falta de dinheiro para não cuidar deles ou não será desleixo mesmo?
A limpeza dos entulhos das calçadas, naquilo que tocar ao proprietário, precisa ser rigorosa exigência junto aos responsáveis.
Ainda para melhorar a qualidade de vida em diversos outros aspectos do cotidiano, além das calçadas e muros, a exemplo do elogiável trabalho de retirar de circulação motocicletas barulhentas vê se como importante avançar na educação do trânsito, como mais rigor no combate à velocidade excessiva, estacionamento em calçadas e outros locais proibidos, especialmente na famigerada ocupação das vagas especiais de idosos e PcDs. Multas e a remoção dos veículos deve se transformar no terror dos infratores.
Muito mais poder-se-ia dizer quanto ao cotidiano triste de uma cidade cujos moradores precisam ser chamados às suas responsabilidades.
Carece-se de um líder com força política para comandar essa tomada de atitude –diariamente – no que compete ao Poder Público, no caso o municipal.
Lembrando-se de alguns auxiliares do prefeito Emanuel Pinheiro, dentre outros, de intensa dedicação e profundo conhecimento da vida na nossa capital pode-se mencionar os nomes dos ocupantes da SORP (Sales), SEMOB (Antenor) e Vanderlúcio (LIMPURB).
Em plenas condições para liderar essa equipe porque já desenvolve seu trabalho com grande denodo pode se dizer da figura do vice-prefeito Stopa, acumulando também a Secretaria de Obras. Hoje com a autoridade de detentor de um cargo eletivo e que ao assumir uma liderança dessa natureza ainda proporcionará ao titular ficar liberado para outras importantes atribuições de chefe do executivo, especialmente aquelas relacionadas à articulação política para a busca de recursos e a condução de projetos macros e estruturantes, além de que assim atuando (o vice-prefeito) estará cada vez mais se capacitando para outras missões, mesmo porque depois da jornada de tantos anos não é de se pensar na perda de tanta experiência acumulada.
Vamos melhorar nossa Cuiabá ainda mais nos aspectos da humanização, da educação no trânsito e outros temas da vida cotidiana para que se possa viver numa cidade cada vez agradável e acolhedora.
“P.S.” – Pessoalmente até não conheço o vice-prefeito, apenas há uma constatação que se trata de um gestor com profundo conhecimento da cidade e que já vem prestando seus serviços há várias administrações, antes de se eleger na chapa atual do prefeito Emanuel Pinheiro.
Lauro da Mata é advogado.


Opinião
De vítima a vilã
Ângela Diniz foi uma socialite brasileira assassinada em 1976 pelo seu companheiro Doca Street. O casal estava passando uma temporada na casa que Ângela possuía na Praia dos Ossos, em Búzios, quando por conta de uma discussão, Doca atirou quatro vezes na companheira e fugiu.
O crime foi amplamente divulgado pela mídia, mas o que mais nos choca até hoje é o fato da sociedade na época culpar Ângela pela sua morte. Por ser uma mulher extremamente linda, sedutora e namoradeira, ela chamava atenção por onde passava, assim provocando ciúme e inveja nas pessoas. Em entrevista nas ruas à época do crime, muitos e muitas falaram que o problema era como Ângela se vestia, o fato dela fazer top less, julgando que ela era “muito para frente”, nas palavras dos entrevistados e entrevistadas (recomendo ouvir o Podcast “Praia dos Ossos”, lançado em 2020 pela Rádio Novelo).
O mais aterrorizante foi o primeiro julgamento de Doca Street. As pessoas diziam que ele havia matado por amor e a defesa seguiu alegando que a culpa era da vítima pelo fato dela ter beleza e sensualidade. Dessa forma, a tese do advogado foi a da legítima defesa da honra, esta que nunca esteve tipificada no Código Penal Brasileiro.
Durante todo o julgamento, o que foi questionado era a moralidade sexual da vítima. Sim, colocaram Ângela Diniz como vilã da história que tirou sua vida.
O Tribunal do Júri condenou Doca a uma pena de dezoito meses pelo crime, com direito a sursis. Por já ter cumprido um terço preso, foi liberado.
O mais aterrorizante foi o primeiro julgamento de Doca Street. As pessoas diziam que ele havia matado por amor
Tal fato causou enorme revolta nos Movimentos Feministas. Devido à pressão desses movimentos, Doca foi levado a um segundo julgamento. Nesse, as feministas foram decisivas. Mulheres acamparam com faixas e cartazes em frente ao Tribunal de Cabo Frio – “sem condenação, mais mulheres morrerão”.
O delegado de Cabo Frio aprovou o movimento das feministas e ainda ofereceu uma casa de apoio.
No segundo julgamento, o assassino de Ângela foi condenado a quinze anos de reclusão por homicídio qualificado. A condenação de Doca Street foi considerada uma conquista do Movimento Feminista.
Vale lembrar que Doca tinha fã clube e seu advogado, no primeiro julgamento, chamou Ângela de prostituta de alto luxo e pantera que arranhava com suas garras os corações dos homens.
Na década de 70 uma mulher foi morta por ser quem era e grande parte da população foi a favor do assassino. Isso não acabou. Abrimos todos os dias jornais e encontramos notícias de feminicídio. E ainda há pessoas defendendo homens e mulheres nitidamente machistas. Se você ainda não percebeu que o machismo mata, eu não sei mais como te dizer. Não é piada, não é engraçadinho, não é brincadeira, não é “mi mi mi”.
Ângela Diniz foi julgada junto com Doca, pois ela não podia ser uma mulher livre, linda, sensual e que gostava de flertar. Para não ser morta, ela deveria seguir à risca as regras que a sociedade impõe: mulher recatada e do lar. Você aceita essas regras ou prefere ter a liberdade de ser quem quiser?
Michelle Leite de Barros é advogada e servidora pública municipal.
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