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sexta-feira, março 29, 2024
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Juízes refletem sobre desafios da magistratura em Mato Grosso

Nesta sexta-feira (17 de julho), 16 juízes de Direito de Mato Grosso completam 22 anos de magistratura. Em comum, o amor à profissão e o zelo com suas atividades judicantes, exercidas no Poder Judiciário de Mato Grosso desde 1998. Um dos exemplos de vocação à carreira é da juíza Eulice Jaqueline da Costa Silva Cherulli, que chegou a se arrepiar ao ser questionada sobre o motivo que a levou a escolher a magistratura. “Nunca imaginei outra carreira”, revela a magistratura, formada em Direito em São José do Rio Preto (SP).

Após se casar, ela veio para Mato Grosso com o marido e, depois de trabalhar como advogada por um tempo, logo começou a atuar como assessora no Tribunal de Justiça. Alta Floresta, Barra do Garças, Diamantino e Rondonópolis são as comarcas onde atuou antes de chegar a Várzea Grande, onde jurisdiciona atualmente (3ª Vara de Família e Sucessões). Ela também já foi juíza auxiliar da Corregedoria.

Juíza Eulice Jaqueline da Costa Silva Cherulli

Um caso marcante foi uma disputa familiar envolvendo a guarda de uma criança, em Várzea Grande, que deu início a todo o trabalho em ampla expansão relacionado ao Direito Sistêmico. “Olhando com os olhos do Direito legalista, não haveria a menor possibilidade de ter o exercício da guarda compartilhada ali. Quando apliquei a visão sistêmica do Direito, e propus isso no processo, imediatamente aconteceu um caminho para todo mundo. Envolvia guarda e convivência avoenga, não era só os pais. Esse processo me marcou e foi quando eu constatei que a visão sistêmica fazia a diferença”, destaca.

Juiz Aristeu Dias Batista Vilella

Outro paulista que realizou o sonho da magistratura em Mato Grosso foi o juiz Aristeu Dias Batista Vilella, que nesses 22 anos já foi juiz auxiliar da Presidência por duas gestões e da Corregedoria por outras duas. Ele conta que desde os 13 anos já tinha essa aspiração, pois foi quando começou a trabalhar em um cartório judicial no interior de São Paulo. Ele formou-se em Direito no interior de SP e veio a Mato Grosso em 1988 para trabalhar como assessor de gabinete do desembargador José Jurandir de Lima.

Dez anos depois, foi aprovado no concurso da magistratura e, desde então, passou pelas comarcas de Canarana, Primavera do Leste, Barra do Garças e Tangará da Serra até chegar a Cuiabá. Segundo Aristeu Vilella, o maior desafio, quando o magistrado está no interior, é ter que atender todas as áreas do Direito, o que exige muita dedicação e estudo. Sobre a carreira, ele diz que não se vê em outra posição. “Nunca trabalhei em outro lugar, só no Judiciário, eu sou dessa casa. Para mim, a magistratura é uma satisfação, algo que sempre quis. É uma carreira bonita, uma função do Estado, e o que importante é a grandeza do Estado”, observa.

Juíza Suzana Guimarães Ribeiro

Nascida em Anápolis (GO), a juíza Suzana Guimarães Ribeiro mudou-se para Jaciara (MT) quando era criança. Foi em solo mato-grossense que ela estudou e morou até o início da juventude, quando se mudou para fazer faculdade de Direito na Universidade de Ribeirão Preto (SP). Depois de formada, retornou a Mato Grosso, onde advogou por alguns anos e foi assessora jurídica no TJ. “Com o apoio incondicional de meus pais, iniciei minha trajetória de estudos e fui aprovada para o cargo de Procuradora do Estado de Mato Grosso, onde exerci a função por dois anos. Despertada pelo desejo de ingressar no Judiciário, continuei minha rotina de estudos, com dedicação e muitas renúncias, e finalmente logrei êxito sendo aprovada para os quadros da magistratura em julho de 1998.”

Ela conta que no dia do aniversário de 30 anos proferiu seu primeiro despacho, iniciando a trajetória na magistratura, na pequena comarca de Dom Aquino, que na época também englobava o município de Campo Verde. Já no primeiro ano, foi responsável pelas eleições gerais de 1998, ainda utilizando cédulas físicas. Atuou em substituição legal nas comarcas de Juscimeira, Jaciara, Poxoréo, Primavera do Leste e Rondonópolis. Depois foi promovida para a comarca de Mirassol D`Oeste, que na época atendia o município de Porto Espiridião. Em seguida seguiu para Cáceres, onde foi titular das Varas do Júri, Execuções Penais, Corregedoria dos Presídios e pela Vara de Entorpecentes.

Juiz Paulo Márcio Soares de Carvalho

Cuiabano, o juiz Paulo Márcio Soares de Carvalho, atualmente auxiliar da Vice-Presidência do TJMT, contabiliza 35 anos de Judiciário mato-grossense, sendo 13 como assessor e 22 como magistrado. Logo após se formar pela Universidade Federal de Mato Grosso, ele foi convidado pela desembargadora Shelma Lombardi de Kato, com quem trabalhara no Tribunal Regional Eleitoral, para ser seu assessor jurídico. “Foi aí que surgiu em mim essa descoberta, que era minha vocação ser integrante da Corte de Justiça mato-grossense, estado onde nasci”, relembra. Ele foi aprovado no primeiro e único concurso que prestou em toda sua vida. “Em 1998 passeio no concurso, casei e nasceu meu primeiro filho. Foi um ano de aprendizado, aprendi a ser homem em toda a concepção da palavra.”

Paulo Márcio se lembra dos desafios no início da carreira, quando os magistrados jurisdicionavam comarcas do tamanho de países, a exemplo de Colíder, que à época englobava mais seis municípios. “Lembro-me bem de uma época que respondia pela comarca de Colíder, feitos criminais por Peixoto de Azevedo e nas quartas-feiras por uma vara de Alta Floresta. Trabalhava 24h para atender toda a região norte”, recorda-se. Sobre a realização na carreira, o magistrado afirma sentir “uma sensação de vitória muito grande quando a gente constata que as nossas decisões trazem harmonia, equilíbrio e paz social.”

Também integram a turma de 1998 os juízes Alexandre Elias Filho, Anglizey Solivan de Oliveira, Antônio Veloso Peleja Júnior, Edleuza Zorgetti Monteiro da Silva, Gleide Bispo Santos, João Alberto Menna Barreto Duarte, Luís Aparecido Bortolussi Júnior, Luís Augusto Veras Gadelha, Milene Aparecida Pereira Beltramini, Rita Soraya Tolentino de Barros, Roberto Teixeira Seror e Walter Pereira de Souza.

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