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terça-feira, abril 16, 2024
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Será que delta continuaria muito transmitida por gente que já foi vacinada?

Na última sexta-feira (20), um estudo da Johns Hopkins School of Medicine, nos Estados Unidos, deixou o recado para bons entendedores: a variante delta apresenta cargas virais bem, mas bem mais elevadas do que a variante alfa, o que os pesquisadores observaram depois de sequenciar 2.785 amostras de americanos com covid-19. Mais: se delta dá um jeito de escapar da proteção da vacina, ela então se multiplica no sujeito que se achava livre de sua ameaça sem se sentir nem um pouco intimidada. Isso ficou claro porque, nas amostras, a carga viral nas alturas dessa variante foi parecida em vacinados e não vacinados que a contraíram.

Fazendo um paralelo: além de menos gente imunizada pegar alfa, quando acontece esse azar (porque sempre pode acontecer), essa outra cepa não costuma crescer assim tão à vontade em quem completou seu esquema vacinal. Para coroar, os cientistas da Johns Hopkins também notaram nas amostras com delta níveis menores de marcadores de proteção, como determinados anticorpos que ajudariam a conter o vírus em uma região estratégica. E por que estratégia: por ser o trato respiratório superior. Em outras palavras, estamos falando do nariz, da nasofaringe atrás dele, dos seios paranasais e da laringe na garganta. Portanto, com delta temos cargas virais cerca de 300 vezes maiores voando até você sempre que alguém contaminado — e, quem sabe, até vacinado — fala ou apenas solta o ar ao seu lado. Porque ela não encontra muitas barreiras nas vias aéreas superiores, de onde costuma ser expelida em gotículas microscópicas. Não, não precisa ninguém com covid-19 tossir para isso acontecer. Aliás, até nisso delta é metida a ser diferente: poucos infectados tossem ou perdem a capacidade de sentir o cheiro das coisas, como acontece quando alguém contrai uma de suas antecessoras.

A maioria dos que carregam a variante delta tem coriza e reclama de dor de cabeça ou de garganta — o que deixa fácil alguém, e aí sem má fé, confundir uma das maiores mazelas da humanidade com um reles resfriado. A conclusão do artigo da Johns Hopkins é que “devem ser implementadas medidas para reduzir a transmissão, somadas a um aumento das taxas de vacinação, a fim de diminuir o avanço da variante delta.” Nas entrelinhas, nada de novo — ou nada do que as pessoas querem ouvir. Vacinas provavelmente não seguram sozinhas a onda de delta neste momento. Logo? Logo, não dá para esquecer a máscara, abandonar o distanciamento e, se necessário, voltar às restrições a encontros, festas porque o conceito de aglomeração vai ser mais uma vez atualizado.

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