A vereadora Michelly Alencar (DEM) classificou como “lamentável” e “fábrica de escândalo” a situação da Secretaria de Saúde de Cuiabá que, nesta sexta-feira (30), voltou a ser alvo de uma operação por suspeita de fraude em contratos. Desta vez, a ação foi deflagrada pela Polícia Federal.
Ela ainda afirmou que defende a convocação do secretário de Saúde, Célio Rodrigues, que foi afastado do cargo nesta manhã por determinação do prefeito, após ser um dos alvos da operação.
“É lamentável a situação da saúde de Cuiabá. É uma fábrica de escândalo e corrupção. O que me chama atenção é que sai secretário, entra secretário e os escândalos vão se repetindo. O problema está na gestão Emanuel Pinheiro”, disparou.
O que me chama atenção é que sai secretário, entra secretário e os escândalos vão se repetindo
Conforme a PF, uma organização criminosa atuava na prestação de serviços especializados em saúde em Cuiabá, especialmente em relação ao gerenciamento de leitos exclusivos para Covid-19, mas receberia também por outros serviços não realizados. Entre 2019 e 2021, o pagamento ao grupo superou a casa dos R$ 100 milhões.
À reportagem, Michelly afirmou que ainda em fevereiro deste ano apontou suspeita em cima de um contrato milionário firmado pela Prefeitura de Cuiabá.
Na visão dela, a pandemia criou um “cenário perfeito” para que compras e contratações com dispensa de licitação fossem realizados pelos gestores.
“Em fevereiro deste ano falei sobre o contrato milionário com a empresa Smallmed feito sem licitação. São R$ 8 milhões para gerenciar leitos de UTI. E essa empresa tinha capital social de apenas R$ 99 mil. Um claro exemplo de contrato suspeito”, disse.
Dinheiro da pandemia
Direcionamento de licitação e contração, empresas sendo criadas da noite para o dia e sem capacidade técnica ou financeira para os serviços que se propõe sendo contratadas. Quem está ganhando com isso?
Conforme a vereadora, Cuiabá entra para a lista de cidades do país onde eclodem casos de corrupção envolvendo ações de combate à pandemia.
Michelly apontou que falta transparência nos contratos firmados pelo Município e ressaltou que chegou a apresentar um projeto de lei para obrigar o Executivo a divulgar os contratos, compras e convênios relacionados as ações de combate à pandemia – ainda que isso já seja uma obrigação da administração pública.
“Direcionamento de licitação e contração, empresas sendo criadas da noite para o dia e sem capacidade técnica ou financeira para os serviços que se propõe sendo contratadas. Quem está ganhando com isso?”, questionou.
“É preciso transparência nessas ações. Isso mostra como a administração trata a coisa pública”, criticou.
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