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quinta-feira, março 28, 2024
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Centenas de pessoas morreram por causa de fake news sobre Covid-19, diz estudo

De curas milagrosas à teorias conspiratórias negacionistas, a onda de desinformação e notícias falsas que veio com a pandemia de Covid-19 pode ter causado diretamente centenas de mortes pelo mundo apenas nos quatro primeiros meses do ano, segundo um novo estudo publicado na revista American Journal of Tropical Medicine and Hygiene. Segundo os autores do estudo, formada por pesquisadores de vários países do mundo, rumores e falsas informações sobre o coronavírus se espalharam rapidamente pelas redes sociais e pela internet assim que a pandemia começou.

Para explicar esse cenário, eles utilizam o conceito de “infodemia“, que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, é um cenário em que “um excesso de informações, algumas precisas e outras não, tornam difícil encontrar fontes idôneas e orientações confiáveis quando se precisa”. A equipe coletou 2.311 relatos de rumores em 25 línguas originados em 87 países diferentes, vindos de redes sociais, blogs e outros sites da internet. Desses, 2.276 haviam sido checados, e 1.856 foram classificadas como informações falsas.

A equipe também separou as informações estudadas em categorias, e os resultados mostraram que 24% delas estavam relacionadas à doença, sua transmissão e sua mortalidade; 21% era sobre o controle da doença e intervenções médicas e epidemiológicas; 19% sobre tratamentos e cura; 15% sobre a causa de doença (incluindo sua origem); e 21% sobre outros motivos. Os autores ainda escrevem que a maior parte das informações falsas foram identificadas “na Índia, nos Estados Unidos, na China, na Espanha, na Indonésia e no Brasil”. Estimar o impacto das fake news é difícil porque muitos dados não estão centralizados ou computados pelo mundo.

Os pesquisadores falam em “centenas” de mortes com certeza, mas o número pode ser bem maior. Apenas uma fake news, que se espalhou em países como o Irã ainda nos primeiros estágios da pandemia, causou aproximadamente 800 mortes e 5.876 internações. A desinformação dizia que ingerir altas quantidades de metanol curaria o coronavírus, levando a uma onda de pessoas se intoxicando com o álcool. Além das mortes, 60 pessoas ficaram totalmente cegas em consequência da prática.

Fonte: Bruno Carbinatto – Super Interessante

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