25 C
Cuiabá
quinta-feira, março 28, 2024
spot_img

DO TJMT: conheça Mirko Giannotte, juiz sondado ao STF

Com a indicação endossada pela Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages), entidade que presidiu por dois triênios e na qual permanece no conselho presidencial, o juiz Mirko Vincenzo Giannotte, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), é um dos nomes que disputa a cadeira a ser liberada no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello, prevista para 5 de julho.

De berço evangélico e “muito conservador na defesa dos costumes” – como se autodefine – , o magistrado passou a ser uma opção de escolha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como alternativa ao atual cabo de guerra entre os nomes tidos como favoritos para a vaga: a do ministro Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e de André Mendonça, da Advocacia-Geral da União (AGU), além de Augusto Aras, procurador-geral da República.

Para as andanças entre compromissos com a associação e conversas de bastidores no centro do poder, Giannotte esteve em Brasília, na última sexta-feira (11/6), quando recebeu a reportagem do Metrópoles para uma conversa que durou pouco mais de 1h45. Na entrevista, realizada no hotel onde estava hospedado na capital federal, defendeu a “reaproximação do Supremo com a sociedade”, elogiou o governo Bolsonaro e afirmou estar disposto a ocupar o cargo vitalício mais importante do Poder Judiciário.

“Olha, imagina uma mulher, uma menina que é rainha do rodeio de Jaguariúna, em São Paulo, e perguntam a ela se ela não quer ser Miss Universo. É claro que ela quer ser Miss Universo. Agora, pergunte para um juiz, né? Eu tenho 20 anos de magistratura e dez de advocacia. Quem não gostaria de ser ministro do Supremo Tribunal Federal?”, animou-se.

Nascido em Santos, litoral paulista, Mirko Giannotte disse que ter o próprio nome referendado pela Anamages – entidade que representa três mil juízes estaduais do país – é um ativo importante, mas pontuou que outros critérios serão levados em conta por Bolsonaro, o qual já declarou ter interesse em nomear alguém de perfil “terrivelmente evangélico”.

“Eu sou um evangélico de berço. A minha mãe é imigrante italiana, de origem judaica, e chegou aqui em 1953, com apenas 6 anos. Ela se tornou evangélica aqui, se tornando ‘assembleiana’, da Assembleia de Deus. Claro, eu sempre olhei, obedeci e ouvi os preceitos, a Bíblia estava presente sempre na minha casa. Dessa forma, se minha mãe é evangélica, eu que sou do ventre dela evidentemente também sou. Frequento uma igreja aqui no Jardim Botânico, em Brasília”, contou.

No exercício da magistratura, em 2017, enfrentou a acusação de ter recebido no contracheque um valor turbinado de mais de R$ 500 mil, o que gerou debate sobre privilégios no Poder Judiciário e despertou uma investigação já encerrada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Na investida para ocupar a próxima cadeira na mais alta Corte brasileira, o juiz do tribunal mato-grossense defendeu uma reaproximação entre o Supremao e a população. Uma das promessas, caso tenha o nome sacramentado, é de reservar parte da agenda para visitar instituições de ensino infantil, universidades e para a possibilidade de comandar aulas magnas para acadêmicos. Ele também reclamou sobre o fato de ensinos cívicos terem sido excluídos do currículo escolar obrigatório.

“Eu torço para seja alguém que aproxime um pouco o povo do Supremo Tribunal Federal. A Justiça Estadual é aquela que está mais próxima do povo. Tanto na questão do milhão, do bilhão, quanto do centavo e do real. Ultimamente, o povo não anda vendo o Supremo como Poder Judiciário. Se alguém tocar o coração dos 11 ministros que lá estão hoje para debaterem esta ideia, tenho certeza de que eles, ainda que não tivessem nenhuma vaga para ser preenchida por agora, tenho certeza de que o povo acataria. Não sou a voz do povo, mas se eles mesmos fizessem uma reflexão, acho que eles iriam um pouco mais perto da população.”

STF e pandemia

O juiz Mirko Vincenzo Giannotte também foi um dos magistrados que orbitou como protagonista nas ‘judicializações’ durante a gestão da pandemia no país. Em Mato Grosso, ele deferiu liminares para acabar com o toque de recolher e para flexibilização do horário de funcionamento de bares e restaurantes, a pedido dos próprios empresários, além de ter se posicionado de forma contrária ao fechamento de igrejas e templos religiosos.

Metrópoles

Clique aqui e entre no grupo RDM no Whatsapp

Latest Posts

ÚLTIMAS NOTÍCIAS