Vai jogar a toalha
Nem para a reserva nem para posto fixo no Ministério da Saúde. O general de Exército Eduardo Pazuello demonstrou que não pretende mais continuar como ministro interino na pasta e sinaliza interesse em voltar para antigo posto, o comando da 12ª Região Militar, que engloba Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Depois de ser bombardeado pelo baixo desempenho frente à pandemia da Covid-19, o general de três estrelas está disposto a continuar na ativa e a conquistar mais uma estrela nos ombros.
Abacaxi na mão
Para que Eduardo Pazuello volta a comandar a 12ª Região Militar, o presidente Jair Bolsonaro terá que resolver um problema interno e não ficar mal com o comando das Forças Armadas que já designou, em 29 de junho, o general de divisão Edson Rosty para o posto. A nomeação de Rosty está prevista para ser oficializada no final deste mês, junto com as promoções do Exército. Antes, porém, precisa ser assinada por Bolsonaro. Apesar de não ser comum, até lá pode haver mudanças. Pazuello está cm moral e tem o apreço do presidente Bolsonaro a seu favor.
Quase passado
O debate sobre a criação de um imposto nos moldes da antiga CPMF começa a se acirrar nos bastidores do Congresso e até a sucessão das presidências das duas Casas entrou na conta política da batalha. O governo tem o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como o principal adversário no caminho do novo tributo, mas nomes do Executivo apostam que a necessidade de articulação e a construção de um consenso levarão tanto tempo que, até o desenlace, o deputado não estará mais à frente da Casa.
Ironias à parte
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), ironizou, ontem, uma postagem do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, no Twitter. No post, o ex-titular do MEC publicou uma montagem de uma foto na qual o boneco do super-herói Homem de Ferro aparece com o seu rosto. Na falsa caixa do brinquedo está escrito “Ministro de Ferro”, acompanhado do seguinte texto. “Estão analisando a viabilidade do brinquedo. Evita que seu filho vire comunistinha de cabelo roxo e piercing no mamilo”, escreveu Weintraub. Em tom de provocação, Maia alfinetou o ex-ministro: “Será que o compliance do Banco Mundial já viu esse tuíte?”, provocou o presidente da Câmara.
Tempo de diálogo
Gostei do discurso de diálogo proposto pelo novo ministro da Educação, Milton Ribeiro. Ele tomou posse defendendo o “diálogo com acadêmicos e educadores” em claro contraponto ao polêmico período de Abraham Weintraub à frente do MEC. No discurso, Ribeiro fez questão de salientar que é uma pessoa de diálogo e que, possivelmente, dará início a uma nova fase no ministério, sem radicalismos e, sobretudo, sem manifestações ideológicas. Indicou isso ao afirmar que “precisamos resgatar o respeito pelo professor”.
A vez dos exes
Ex-procuradores denunciaram o presidente Jair Bolsonaro ao Ministério Público Federal por conduta ilícita no combate à pandemia de coronavírus. O caso será analisado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e tramita em sigilo. Entre os argumentos da denúncia está a demissão de dois ministros da Saúde durante a pandemia. Eles destacam que as demissões ocorreram para Bolsonaro “fazer prevalecer seus interesses pessoais”, contra o isolamento social e em defesa da cloroquina.
Alça de mira
O procurador-geral da República, Augusto Aras, poderá autorizar a Polícia Federal fazer batida no escritório de Rosângela Moro, esposa do ex-juiz Sergio Moro. A ação teria ligação a um acordo de delação premiada com o operador financeiro Rodrigo Tacla Duran. Ele afirmou ter pago US$ 5 milhões ao advogado Carlos Zucolotto, padrinho de casamento de Moro, para obter vantagens em seu acordo com a Lava Jato em 2016, ano em que a operação rejeitou a proposta de colaboração dele. O detalhe é que Zucolotto foi sócio de Rosângela Moro, que também é advogada.