POSSE DE MINISTROS
O evento político desta terça-feira (06), aqui em Brasília, é a posse de sete novos ministros pelo presidente Jair Bolsonaro. Cerimônia para poucos convidados no Palácio do Planalto oficializará as seis trocas ocorridas na equipe ministerial na semana passada, além do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O titular da Saúde será oficializado simbolicamente, já que assinou seu termo de posse de forma reservada no dia 23 de março. Serão empossados os ministros militares que mudaram de pastas após o presidente Jair Bolsonaro demitir Fernando Azevedo e Silva, do Ministério da Defesa. A pasta agora é comandada pelo general Walter Braga Netto, que para isso deixou a chefia da Casa Civil. Em seu lugar, assumiu Luiz Eduardo Ramos, até então responsável pela Secretaria de Governo.
CONSPIRAÇÃO OU REALIDADE?
Fora isso, um assunto que vem ganhando proporção nos bastidores do Planalto e do Congresso é a possibilidade do presidente Bolsonaro estar usando robôs para melhorar o seu desempenho nas redes sociais. Um levantamento atribuído à plataforma Bot Sentinel, aponta o número de postagens com hashtags de apoio ao presidente deram um salto vertiginoso entre fevereiro e março, com crescimento de 3.441%. Enfim, seria mais uma teoria de conspiração contra a reeleição de Bolsonaro ou mera realidade? Ninguém sabe. É fato que o presidente vem mudando de postura em relação à ciência, vacinação e ao uso de máscara em eventos públicos. Sem dúvida, esse comportamento pode tê-lo favorecido nas interações no Twitter, principalmente por meio de perfis considerados inautênticos em favor do presidente.
CAÇA LIKE
Na esteira do assunto do momento, o caça like e senador Humberto Costa (PT-PE) solicitou ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) a abertura de uma investigação para que seja apurado se o governo federal financiou as atividades de perfis inautênticos no Twitter ao longo de março. Os pedidos do parlamentar tiveram como base o levantamento atribuído à plataforma Bot Sentinel. Entre as hastags mais usadas estão #opovoestacombolsonaro, #bolsonaroheroidobrasil, #contecomigobolsonaro, #bolsonarotemrazao e #vaipracimapresidente. É a campanha para 2022 pegando fogo, quando muitos jogam uma pá de cal nos próprios erros para apontar com mais comodidade possíveis erros alheios.
DE OLHO
Contribuintes do Imposto de Renda também estarão de olho no Senado nesta terça-feira. É que o plenário deve o projeto de lei 639/2021, que autoriza a prorrogação do prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda de 2021. A matéria, de autoria do deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR), prevê a prorrogação do prazo de entrega da declaração do IR, de 30 de abril para 31 de julho, em função da pandemia de covid-19. Em 2020, também houve a prorrogação do prazo para a entrega da declaração. No entanto, a medida foi feita por meio de instrução normativa da Receita Federal.
MINISTRO CONTRARIADO
Como já era esperado, o ministro do STF Kássio Nunes Marques, que no fim de semana proibiu o fechamento dos templos em todo o país, foi contrariado na decisão. A iniciativa ficou por conta do ministro Gilmar Mendes, que teve entendimento contrário ao ministro Nunes Marques, além de outros ministros da Corte que seguiram o entendimento de Gilmar Mendes. Para Gilmar, o número de mortes diárias seria suficiente para entender a importância de se evitar aglomerações e negou um pedido do PSD para que as igrejas fossem reabertas em São Paulo. O despacho de Marques gerou críticas na Corte, e preocupações de especialistas e autoridades sanitárias. A abertura das igrejas ocorreu quando o país registra recordes de mortes e de novos casos, chegando a contabilizar mais de 3 mil óbitos a cada 24 horas. A questão envolve fé, ciência e justiça e, sem dúvida, vai gerar mais alguma polêmica no decorrer dessa semana.
ROTA DE COLISÃO
o Orçamento da União para 2021, senador Marcio Bittar (MDB-AC), continua afirmando que recebeu orientação do Palácio do Planalto, o ministro da Economia, Paulo Guedes, segue em caminho oposto. Segundo Guedes, houve erro no relatório orçamentário e sugere vetos pelo presidente da República. Para se evitar uma possível rota de colisão entre Guedes e Bolsonaro, deputados e senadores da base governista trabalham para que haja um acordo para corrigir as distorções do Orçamento aprovado pelo Congresso.