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sexta-feira, abril 19, 2024
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Bolsonaro troca ministros mas respira aliviado com nomes de sobra para as trocas

PASSOU A RÉGUA

Há quem diga que o governo Bolsonaro vive uma crise interna. Outros acreditam que as demissões de ministros são rotina em qualquer gestão. O fato é que o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, pediu demissão do cargo na tarde desta segunda-feira (29). De acordo com nota da pasta, ele agradeceu ao presidente pelo tempo em que esteve à frente do ministério e deixou o cargo. Abaixo do presidente Jair Bolsonaro, ele é o maior influenciador das Forças Armadas, e tem grande prestígio entre o Exército, Marinha e Aeronáutica. Azevedo é general da reserva do Exército, e deixou o cargo horas após o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ex-integrante do Ministério da Economia e indicado por Paulo Guedes, ele é o 3º a perder o cargo nas mudanças que Jair Bolsonaro está promovendo na Esplanada. Outro que deixou o governo nesta segunda foi o advogado-geral da União, José Levi. Bolsonaro, pelo que parece, respira aliviado.

NOVOS MINISTROS

As mudanças ministeriais implementadas por Jair Bolsonaro não param. O presidente fará alterações em seis ministérios no total, promovendo uma dança das cadeiras. Braga Neto, titular do ministério da Casa Civil, deve deixar seu cargo para O General Luiz Eduardo Ramos E assumirá o Ministério da Defesa no lugar de Fernando Azevedo. O Ministro Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo da Presidência da República, deve assumir a Casa Civil. Outros cargos ministeriais também terão alterações. André Mendonça, Ministro da Justiça, vai para a AGU e será substituído pelo delegado federal Anderson Gustavo Torres, atualmente na Secretaria de Segurança Pública do DF. Ernesto Araújo, que já pediu demissão nesta segunda, deve ser substituído por Carlos Alberto França, Chefe do Cerimonial da Presidência da República.

EM FOGO BRANDO

 

A fritura de Ernesto Araújo foi em fogo brando. O ex-ministro passou toda a última semana sob fogo, e Jair Bolsonaro, sob pressão para demitir o membro da ala ideológica do governo e discípulo do astrólogo e escritor Olavo de Carvalho. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) chegou a avisar, fazendo menção à incompetência do governo em combater a pandemia fora de controle no país, que acendeu a luz amarela do governo e que remédios políticos “podem ser fatais”. Pouco antes, em reunião do comitê federal de combate ao covid-19, Lira também se mostrou duro com o ministro.

PRÓXIMO DA LISTA

Os ataques a ministros de Bolsonaro devem continuar, mesmo com a saída de Ernesto Araújo. Nos bastidores, há um entendimento que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também atrapalha o país nas relações com outras nações. O ministro é autor de uma gestão negacionista em relação à preservação da Amazônia. O desmatamento da floresta tropical disparou no ano de 2020, e o Pantanal também teve recorde de queimadas em 2020, com aumento de 158% em relação ao ano anterior, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

SEGUNDO NO RANKING

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é o segundo chefe de estado que mais fez trocas de ministros em seus primeiros dois anos de mandato desde a redemocratização. Foram 14 mudanças de ministros em 24 meses de governo. A ex-presidente Dilma Rousseff segue em primeiro lugar, com 19 substituições no mesmo período. O levantamento foi feito por meio da análise do governo dos ex-presidentes, presente na Biblioteca da Presidência da República. Comparando os dois anos de cada governo e as trocas realizadas, temos o ranking de quem mais fez movimentações ministeriais: Dilma Roussef (PT): 19 trocas (2011 a 2013), Jair Bolsonaro (Sem partido): 14 trocas (2018 a 2020), Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 9 trocas (2003 a 2005), Fernando Collor (PRN): 5 trocas (1990 a 1992), Fernando Henrique Cardoso (PSDB): 4 trocas (1995 a 1997) e José Sarney (PDS): 4 trocas (1985 a 1987).

CORRENDO ATRÁS

Por enquanto não é troca de ministro que tira o sono do presidente Jair Bolsonaro. Com a queda de popularidade, ele corre atrás de respaldo da extrema direita. A estratégia vem após o presidente perder apoio inclusive nas redes sociais, um de seus trunfos nas eleições de 2018. Segundo bastidores, tudo ocorreu pela lentidão na imunização contra a Covid, que já provocou mais de 310 mil mortos. Mesmo assim, ele confia na recondução ao Planalto, em 2022, porque já conta com apoio de cerca de 30% do eleitorado, composto por radicais, evangélicos e antipetistas, conforme avaliam especialistas.

PANELA ALHEIA

Se não bastasse a pressão de governadores e prefeitos em cima do presidente Jair Bolsonaro, a candidata derrotada ao Senado Americano nas eleições de 2020, Pam Keith, decidiu meter a colher em panela alheia. Keith usou o Twitter no último sábado (27) para alertar sobre a crise no Brasil em relação a pandemia da Covid-19, dizendo que os Estados Unidos precisam liderar uma intervenção internacional. A democrata, que é advogada e já integrou a Marinha americana, ainda afirmou que a crise no Brasil está se tornando em um problema sério. Em sua publicação repetiu o discurso da oposição ao presidente chamando-o de corrupto e genocida. Keith meteu a colher em panela dos outros, mas não passou disso!

 

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