CENTENÁRIO
IMS lança site para celebrar centenário de Clarice Lispector
“Há um livro em cada um de nós, dizem”, escreveu ela, no seu último romance, Um Sopro de Vida. Contista, cronista, jornalista e considerada um dos maiores nomes da literatura brasileira – com sua escrita introspectiva e reflexiva, variando entre a poesia e a prosa – Clarice Lispector completaria 100 anos no próximo dia 10. Para marcar seu centenário, o Instituto Moreira Salles (IMS) lança um site bilíngue – em português e inglês -, que entra no ar exatamente no dia 10 de dezembro.
O site apresentará fotos, manuscritos, áudios, vídeos, cartas, aulas e textos críticos, muitos deles parte do acervo de Clarice e que o IMS tem sob sua guarda desde 2004. Um dos destaques é a aula em vídeo de Yudith Rosenbaum, professora da Universidade de São Paulo (USP), na qual ela analisa em detalhes o conto Felicidade Clandestina, publicado pela escritora no volume homônimo de 1971.
Há também um vídeo de Paulo Gurgel Valente, filho da escritora, comentando a relação com a mãe; e um áudio de uma entrevista que a autora concedeu ao Museu da Imagem e do Som (MIS) em 1976, na qual ela comenta sua formação como advogada. O portal também vai disponibilizar uma cronologia ilustrada da autora e uma seção trazendo todos os livros escritos por Clarice.
“O site é dividido em dois grandes modos de navegação: um ambiente de livre fruição, que apresenta a vida e obra de Clarice em forma narrativa, e outro voltado para estudo e pesquisa”, disse Eucanaã Ferraz, consultor de literatura do IMS.
Entre os itens do acervo, digitalizados e transcritos, que serão apresentados no site, estão cadernos da escritora, pouco conhecidos ou inéditos, que acabam de chegar à coleção do IMS, e dezenas de cartas enviadas por Clarice ao longo de sua vida para suas irmãs ou para personalidades como os escritores Erico Verissimo e Mário de Andrade e o ex-presidente Getúlio Vargas. Está disponível também uma série de manuscritos, de obras como A hora da estrela e Um Sopro de Vida.
Nascida Chava Pinkhasovna Lispector, na Ucrânia, em 1920, Clarice Lispector estreou com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), em que mostrou ao mundo sua escrita peculiar e inovadora, permeada pelo fluxo de consciência. Além de romancista, a autora dos aclamados A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977), mais tarde adaptado para o cinema, destacou-se também como contista, com a publicação de títulos como Laços de Família (1960) e A Legião Estrangeira (1964). Clarice Lispector também escreveu várias obras para o público infanto-juvenil. Morreu no dia 9 de dezembro de 1977, véspera de seu aniversário de 57 anos, vítima de um câncer.
Exposição em 2021
Ainda para homenagear o centenário da escritora, o Instituto Moreira Salles prevê a abertura de uma exposição em julho de 2021, chamada de Constelação Clarice. A mostra estava prevista para este ano, mas, devido à pandemia do novo coronavírus, foi adiada. A exposição será composta por pinturas, esculturas, desenhos e vídeos de artistas mulheres que produziram contemporaneamente a Clarice. Além disso, haverá um núcleo com livros, fotografias e outros documentos da escritora.
Edição: Graça Adjuto


ARTE & CULTURA
Apresentação de vídeos marca data do Museu Nacional
O Projeto Rede Afetiva dos 84 anos do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) comemora hoje (13) o aniversário da entidade, vinculada ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e situada no centro histórico do Rio de Janeiro, na Cinelândia. Entre os vídeos que serão apresentados nesta quarta-feira estão o do artista plástico Luiz Aquila e da diretora do museu, Monica Xexéo.
O edifício, de arquitetura eclética, foi projetado em 1908 pelo arquiteto Adolfo Morales de los Rios para sediar a Escola Nacional de Belas Artes (EBA), que sucedeu a Academia Imperial de Belas Artes. O prédio foi construído durante as obras de modernização urbanística realizadas pelo prefeito Pereira Passos na então capital federal.
O Projeto Rede Afetiva dos 84 anos do Museu Nacional de Belas Artes ocorrerá nos dias 13, 15, 20, 22 e 27, sempre às 11h, apresentando vídeos de profissionais que compõem o universo da arte e da cultura falando sobre o museu. Também serão divulgados vídeos do adido Cultural da França Pierre Romain, do jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, além da curadora e crítica de arte Araci Amaral.
O MNBA foi criado oficialmente em 1937, por decreto do presidente Getúlio Vargas, e dividiu a ocupação do prédio com a Escola Nacional de Belas Artes até 1976, quando a EBA foi deslocada para a Ilha do Fundão, na zona norte da capital fluminense. Nesse mesmo ano, com a criação da Fundação Nacional de Arte (Funarte), houve novo compartilhamento. Em 24 de maio de 1973, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) determinou o tombamento do edifício da Avenida Rio Branco, número 199 e, a partir de 2003, a construção passou a abrigar o MNBA em sua totalidade.
Outras atrações
No dia 14, às 11h, haverá a exibição do vídeo Antinoo, sobre a escultura original romana em mármore da época do Imperador Adriano, que foi encontrada em 1878 nas escavações patrocinadas pela Imperatriz do Brasil Tereza Cristina nas vizinhanças de Roma, mais precisamente em Veio, antiga cidade etrusca. O busto de Antinoo está na Galeria de Moldagens do MNBA, de cujo acervo é uma das obras mais conhecidas. O vídeo conta um pouco também da história do equipamento.
No dia 26, às 17h, será divulgada exposição do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) no MNBA, comemorando 100 anos da entidade. No próximo dia 28, às 11h, está prevista uma performance do artista ítalo-brasileiro Lucio Salvatore, intitulada Campo, Cuide Um do Outro. Na ocasião, Salvatore vai criar uma obra de arte usando elementos da pandemia do novo coronavirus e da vacinação contra a covid-19.
Patrimônio
O MNBA continua em obras de modernização e requalificação. Elas foram iniciadas no ano passado e prosseguirão até 2022, informou à Agência Brasil a assessoria de imprensa do museu. Devido aos trabalhos de restauração de cúpulas e fachadas, a visitação foi totalmente suspensa. As obras têm custo de R$ 25 milhões, com recursos do Fundo de Direitos Difusos do Ministério da Justiça.
Para a diretora do MNBA, Monica Xexéo, a reforma abre nova perspectiva para o museu, “que será entregue modernizado, com os equipamentos de segurança e preservação de todo o patrimônio, que é a joia cultural de todos os brasileiros”. Monica não tem dúvida de que depois de todos os trabalhos concluídos, o museu será devolvido à visitação em melhores condições físicas, de segurança e de conservação do acervo, que já atingiu 100 mil itens.
Quarentena
Durante a pandemia do novo coronavírus, o MNBA/Ibram criou o projeto Arte em Diálogo – Na Quarentena, para proporcionar aos artistas contemporâneos e à sociedade uma interação afetiva e reflexiva. O projeto é apresentado nas redes sociais do MNBA (Facebook: MNBARio e Instagram: @mnbario) a partir de um vídeo, feito em celular ou com câmera pelo próprio artista, em um clima de conversa informal. O artista fala a respeito do seu processo de criação e o seu laboratório de trabalho. A ideia é fazer comentários sobre algumas das obras produzidas.
Os vídeos serão incorporados ao acervo do canal do MNBA no Youtube: MNBA Rio, ficando disponíveis para consultas dos interessados. O projeto Arte em Diálogo – Na Quarentena não tem fins lucrativos. A ideia é proporcionar ao público acessibilidade e divulgação de capítulos importantes da arte brasileira contemporânea.
Edição: Graça Adjuto
-
Opinião7 dias atrás
Reação Imobiliária
-
Opinião5 dias atrás
Juína em destaque
-
Opinião4 dias atrás
Sustentabilidade possível
-
GERAL3 dias atrás
Pazuello diz que pasta vai priorizar entrega de oxigênio em Manaus
-
Opinião3 dias atrás
Desacreditadas
-
LEGISLATIVO6 dias atrás
Projetos estabelecem prorrogação de auxílio emergencial em 2021
-
Saúde3 dias atrás
Número de infectados pela covid-19 no Brasil chega a 8,32 milhões
-
Saúde4 dias atrás
Covid-19: Brasil acumula 205,9 mil mortos e 8,25 milhões de infectados