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quarta-feira, abril 24, 2024
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Pandemia da Covid-19 provoca alteração no calendário de vacinação contra febre aftosa

Criadores de gado em Mato Grosso devem ficar atentos às novidades no calendário de vacinação do rebanho. È que o Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), determinou que os estados que compõem os Blocos II, III e IV, dentre eles Mato Grosso, terão a suspensão da vacinação contra a febre aftosa, prevista para ocorrer a partir de maio do próximo ano, interrompidas. Uma nova avaliação será realizada no primeiro semestre de 2021.

Segundo o Mapa, as equipes gestoras dos estados afetados pela decisão devem promover esforços para concluir as ações necessárias. “Considerando os impactos decorrentes dos períodos da pandemia e pós-pandemia, a suspensão da vacinação contra a febre aftosa, prevista para ocorrer a partir de maio do próximo ano, fica interrompida nesses blocos”, informou o Mapa na primeira semana de junho.

“O momento requer prudência, pois os estados, devido a pandemia, estão focados na saúde dos seus cidadãos em primeiro lugar, e poucos iriam dar a importância e os investimentos que a defesa sanitária requer para cumprir com o calendário atual do Plano. O Bloco IV é muito heterogêneo e para avançarmos necessitamos estar coesos, ou ao menos bem redistribuídos pelos critérios do Mapa”, avalia a diretora executiva da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Daniella Bueno.

A decisão foi tomada após reuniões virtuais com representantes das equipes gestoras do Bloco II (AP, PA, RR e parte do AM), Bloco III (AL, CE, MA, PB, PE, PI e RN) e Bloco IV (BA, ES, GO, MG, MS, MT, RJ, SE, SP e DF) para avaliar os reflexos da pandemia do Coronavírus (Covid-19) na continuidade das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PE-PNEFA). Também foi feita reunião virtual com a equipe gestora nacional para discutir o andamento do plano.

Como resultado da 5ª reunião da equipe gestora nacional, constituída por representantes do setor produtivo (indústria e produtores rurais) e do setor público (Mapa e serviços veterinários estaduais) ficou acordado que o PE-PNEFA continua como prioridade com objetivo de manter a condição sanitária atual de país livre de febre aftosa, buscando a ampliação gradual de novas zonas livres sem vacinação.

As zonas em transição, representadas pelos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná e pelos estados que compõem o Bloco I (Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte do Mato Grosso), estão com o calendário mantido, devem finalizar as ações necessárias, incluindo os estudos soroepidemiológicos, até agosto deste ano, com o objetivo de buscar o reconhecimento internacional de zonas livres de febre aftosa sem vacinação em maio de 2021.

Plano Estratégico

Delineado para ser executado em um período de dez anos (2017-2026), o PE-PNEFA está alinhado com as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e com as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (PHEFA), contribuindo para a erradicação da doença na América do Sul.

Nesses 30 meses de execução do PE-PNEFA, os estados do Rio Grande do Sul e Paraná, mais o Bloco I (Rondônia, Acre, 13 municípios do sul do Amazonas e uma pequena área do Mato Grosso, constituída por parte de cinco municípios) avançaram na execução das ações previstas e estão na fase final para se tornarem zonas livres de febre aftosa sem vacinação, com reconhecimento internacional previsto para maio de 2021.

A região tem aproximadamente 40 milhões de bovinos, representando 18,5% do rebanho nacional. Atualmente, somente o estado de Santa Catarina, com rebanho de 4 milhões de bovinos, possui reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação.

Maior rebanho do país

Mato Grosso vem se destacando por ter o maior rebanho de todo o país e ser o maior produtor nacional de carne bovina. Segundo dados recém-divulgados pelo INDEA (Instituto Defesa Agropecuária), se verificou que estes números não param de crescer. Em maio deste ano o rebanho mato-grossense aumentou de 30.07 milhões para 30.33 milhões de cabeças bovinas. É 0,87% maior em relação a maio do ano passado. O levantamento, divulgado pelo IMEA – Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, ontem, informa que as fêmeas apresentaram acréscimo de 1,25% no número de cabeças, enquanto que os machos registraram uma alta mais comedida, de 0,22%.

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